A Psicanálise como princípio
Helena Queiroz
Cansada das "cinco formas milagrosas que vão resolver a sua vida da noite para o dia" e cética em relação à terapia, vista como apenas mais uma tarefa a ser cumprida, descubro a Psicanálise. Ela emerge como uma resposta desafiadora aos discursos normativos. Carregando o peso e a velocidade da contemporaneidade em meus ombros, as sessões de análise rompem com a noção de produtividade, convidando-me a uma jornada profunda que resulta em uma simbiose entre alívio e angústia.
A proposta é desatar nós e, gradualmente, acessar aspectos simultaneamente estranhos e familiares. O inconsciente, frequentemente temido no senso comum, é o objeto (nada concreto) de estudo da Psicanálise. É como se fosse o quarto da bagunça, onde você nem lembra mais o que está guardado ali: os acumulados, o que deixamos para lidar em outro momento ou o que não conseguimos encarar todos os dias e acabamos por esconder lá. No entanto, ao contrário de um porão escuro, o nosso inconsciente é ativo e, portanto, age constantemente, influenciando nossa rotina e a maneira como percebemos o mundo. Afinal, apesar de não nos lembrarmos exatamente, nós reconhecemos tudo o que está lá.
O conteúdo do inconsciente é o aspecto mais primitivo de nós, que, em grande parte, afetaria a ordem social se fosse exposto na superfície de quem somos. Ele impactaria nosso desempenho, nossa forma de nos relacionarmos e como nos comportamos diante das situações. O método psicanalítico é uma ferramenta segura que conduz ao acesso a esse conteúdo íntimo que todos temos debaixo de algum tapete da vida. A proposta é que você fale livremente, com autonomia sobre o seu próprio processo analítico, e se abra para si mesmo.
Explorar seus desejos e medos é um ato político!








